ILSI Brasil realiza evento em parceria com ILSI Europa e Universidade do Minho
Nesta entrevista, a Professora Adriana Arisseto (UNICAMP) fala a respeito do “Seminário Digital: Cientistas em Início de Carreira”, como um dos membros do Comitê Organizador do evento. O encontro on-line e gratuito ocorreu no dia 15 de dezembro de 2021, organizado pela Força-Tarefa Contaminantes em Alimentos do ILSI Europa, com a coorganização da Força-Tarefa Food Safety do ILSI Brasil e da Universidade do Minho, de Portugal.
IB: Conte-nos um pouco sobre o evento “Seminário Digital: Cientistas em Início de Carreira”? (ABREVIAÇÕES NAS PERGUNTAS E RESPOSTAS)
AA: Esta edição foi focada na pesquisa sobre micotoxinas e estratégias de mitigação na Europa e na América Latina. O seminário contou com três apresentações proferidas por keynote speakers, sendo dois deles do Brasil, além da apresentação de diversos trabalhos submetidos como resumos por pesquisadores de diferentes países. Um dos objetivos deste evento foi dar oportunidade a jovens cientistas, especialmente aqueles que obtiveram seus títulos (mestrado ou doutorado) nos últimos 10 anos, de aumentar a visibilidade de seu trabalho diante de um público formado por cientistas e especialistas da Europa e da América Latina. O Brasil teve uma excelente participação no seminário, com a presença de pesquisadores das mais importantes universidades do país.
IB: Qual foi a motivação para a escolha do tema: micotoxinas e estratégias de mitigação de risco da Europa e América Latina?
AA: As micotoxinas são metabólitos secundários de fungos associados a efeitos adversos à saúde humana e à produtividade animal. Portanto, além de representarem um problema de segurança de alimentos e saúde pública, também podem ser responsáveis por graves prejuízos econômicos. Após décadas de pesquisa para mitigação de micotoxinas em alimentos, o cenário atual destaca técnicas promissoras e viáveis para esta finalidade, incluindo tanto estratégias biológicas e enzimáticas quanto tecnologias emergentes associadas a ferramentas de pesquisa molecular de última geração. Discutir os recentes avanços deste campo de pesquisa é fundamental para estimular ações que busquem, cada vez mais, garantir a oferta e a qualidade dos alimentos que consumimos.
IB: Como se deu a parceria entre a Força-tarefa Food Safety do ILSI Brasil, Força-tarefa “Contaminantes Alimentos” do ILSI Europa e a Universidade de Minho?
AA: A parceria foi proposta pela Força-tarefa “Contaminantes em Alimentos” do ILSI Europa e pela Universidade do Minho, que já atuam na temática do evento, possuindo, inclusive, diversos materiais publicados: Mitigation of Mycotoxins Report e Impact of food processing and detoxification treatments on mycotoxin contamination
O Comitê Organizador do evento entrou em contato com o ILSI Brasil e, a partir de então, o projeto para a criação do ILSI / Seminário Digital: Cientistas em Início de Carreira (ilsibrasil.org) se deu de maneira conjunta.
IB: Em relação aos trabalhos submetidos, algum ponto importante para ressaltar?
AA: Os trabalhos submetidos foram disponibilizados em formato de vídeo na página do evento: https://ilsi.eu/event/9776/. Durante o seminário, houve um tempo reservado para que os participantes pudessem acessar esse material e interagir com os autores. Essa dinâmica foi muito interessante, permitindo, inclusive, que oportunidades de pesquisa colaborativa entre a Europa e a América Latina pudessem ser inicialmente exploradas. Os temas dos trabalhos estavam relacionados a diversos aspectos sobre micotoxinas, incluindo estratégias de mitigação usando extratos naturais, micro-organismos, enzimas, além de estudos sobre ocorrência, métodos analíticos e efeitos sobre doenças inflamatórias intestinais.
IB: Qual a importância desse tipo de evento para o ILSI Brasil?
AA: Este tipo de evento certamente fortalece a interação entre o ILSI Brasil e o ILSI Europa, além de fortalecer também a interação do ILSI com jovens pesquisadores do Brasil e da Europa. Através da coorganização deste evento, a Força-tarefa “Food Safety” do ILSI Brasil cumpre mais uma vez seu papel de promover um melhor entendimento de aspectos ligados à inocuidade dos alimentos, contribuindo para uma valiosa troca de experiência e de conhecimento.